Blog dedicado ao Intercâmibio Santander 2011 - Marília/Lisboa - Mestrando Lucas Seixas Baio e ao fortalecimento científico do UNIVEM, com fomento à pesquisa e o proporcionar de discussões jurídico-científicas.

Sejam todos bem vindos. 

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O FENÔMENO DA FUGA DE TALENTOS PARA O EXTERIOR*

A necessidade de buscar formação e valorização curricular no exterior é sentida, por nós, em duas dimensões: se de um lado o mercado seleciona de forma cada vez mais implacável, de outro, o indivíduo intelectualmente diferenciado vê-se massificado em sua personalidade, procurando meios que lhe tragam melhores rendimentos, em conjugação com a possibilidade de trabalhar naquilo que deseja.
Com relação ao primeiro aspecto, qualquer currículo que conte com experiência internacional é significativo diferencial na disputa por um posto ou promoção.  A questão “você tem experiência internacional?” já é comum nas entrevistas dos grandes grupos, e, ao lado do aperfeiçoamento comunicativo, consubstanciado no domínio de línguas estrangeiras, constitui fator de inclusão/exclusão dos candidatos.
Na Europa estamos em tempos de fechamento de curso. Os intercambiários que voltaram ao Brasil, ao final de junho de 2011, em sua esmagadora maioria saíram daqui com melhores contratos assinados, ou com propostas cumuladas sobre as quais ponderar.  Isto porque o Brasil é autêntico importador de método e de tecnologia; traz ao território nacional conceitos oriundos de outros países, mas falha sistematicamente em prover treinamento adequado aos que devem manusear a nova técnica.
No caso do Direito, por exemplo, a mudança provocada pela adoção de providencias próprias das estruturas estadunidense, inglesa e alemã causa perplexidade jamais vista, tudo em razão da implantação de modelos bem sucedidos unicamente em razão da experiência histórica. O Brasil, como democracia jovem (nossa Constituição é de 1988), não teve tempo de enraizar prática original, precisando mandar juristas, advogados e mesmo funcionários públicos para fora do território nacional, para que estes possam sanar as inadequações da importação estrutural.       
No segundo aspecto, devido à estrutura das grandes empresas e organizações, as inúmeras atribuições e os setores que vinculam a exploração da atividade econômica, o espaço para o desenvolvimento das reais potencialidades fica restrito. 
Embora os tímidos raios de mudança comecem a alcançar a dinâmica empresarial brasileira, as companhias exigem cada vez mais dos funcionários. Antes de contribuírem para o balanço saudável da corporação, a exigência de metas estanques e a conseqüente desconsideração das habilidades de cada um provocam no funcionário profundo sentimento de insatisfação, de desvalorização: isso o leva a lutar por melhores condições de trabalho, salário e carreira, atitude que muitas vezes envolve estudos no exterior, com possibilidades reais de emancipação pessoal e financeira.      
Os empreendedores jamais deixam de pensar no avanço econômico e intelectual das empresas, porém nem sempre conseguem visualizar, recrutar e treinar talentos de forma adequada.
 Seja pelo modus operandi da dinâmica capitalista, ou pela inabilidade dos setores de pessoal em estabelecerem critérios que realmente identifiquem de forma clara e genuína o potencial de cada um, consolida-se a tendência da fuga de talentos, enquanto estratégia de gestão de carreira.

Lucas Seixas Baio

* Depoimento originalmente escrito para: SANSEVERINO,  Joceli Maria B. Fuga de Talentos de Uma Organização,  2011. Direitos Reservados

quinta-feira, 14 de julho de 2011

CONSELHOS PARA QUEM PRECISA DE MOTIVAÇÃO PARA ESTUDAR DIREITO

Tendo tarefas científicas constantes por aqui, tenho aprendido com meus erros e de meus amigos, assimilado algumas técnicas ... quero dividi-las com os alunos e colegas.
 


Nossa ciência, por ser fundamental para o funcionamento da sociedade, acumula ramos, leis, postulados, julgados, artigos, livros, códigos, uma infinidade de informação que torna a os objetivos profissionais não facilmente atingíveis,  até mesmo para os sonhadores mais determinados.
Estou aqui para oferecer uma palavra de ânimo a todos os que encontram-se em dificuldades para encontrarem um caminho, pois vivo a realidade de estar cercado diariamente de tarefas acadêmicas hercúleas e de constantes ataques à firme atitude estudiosa.
Aconselho que você, caro aluno, busque em seu interior o motivo de estar estudando direito, a descobrir em primeiro lugar se isto é uma paixão, uma motivação em sua vida. Se ainda não é, existem várias maneiras de começar a se sentir um jurista, e de estar ambientado no tipo de mentalidade que faz acontecer o envolvimento.
Quando o primeiro passo for dado, e você já tiver estabelecido metas de curto prazo, (tais como melhorar suas notas na faculdade, escrever um artigo, entender um instituto) é hora de organizar-se para tal.
Ninguém vence na seara jurídica sem leitura, e essa atitude deve ser cultivada dia a dia, 30 minutos hoje, 40 na semana que vem ... estabeleça um horário a ser cumprido rigidamente para seus estudos. Haverá dias em que você estará cansado, com problemas ou mesmo cheio de preguiça, mais o ideal é saber que ser um estudante de direito é um compromisso para a vida. Inevitavelmente ocasiões de medo, dúvida, comparação e cobrança surgirão, mais à medida em que você for desenvolvendo sua personalidade intelectual e ficando seguro no trato das matérias, se sentirá melhor, mais forte e mais motivado para enfrentar um desafio.    
Metas de longo prazo, como prestar um concurso público ou escrever uma monografia dependem deste esforço diário de hábito e paixão.
Para quem está meio perdido e ainda não sabe o que fazer, é sempre bom conversar com um dos nossos Professores para pedir dicas, participar das reuniões dos grupos de pesquisa (que são vários em nossa Instituição), onde há mais espaço para a expressão pessoal e para o contato com realidades diárias do direito. Eventualmente é bom participar de um congresso ou de algum evento científico que mexa com os neurônios.
Outra coisa fundamental é não se envolver em comparações com pessoas que já atingiram suas metas, isto é um erro grave. Falo por experiência, pois costumava ainda há pouco a me sentir mal em ver as pessoas atingindo resultados e eu ainda numa luta danada. A luta nunca acaba, nem para quem chegou lá.
Saibam que cada um tem suas particularidades, arrogância e falação tem de estar longe da mente de todos vocês, todos nós somos aprendizes e podemos brilhar com nosso próprio esforço. Isto tudo além do fato de que os objetivos se renovam e o que você conseguiu hoje se torna escada para que você consiga o que virá amanhã.
Sobretudo não se engane, vontade é essencial. Direcione seu pensamento a seus objetivos, respeite seu lazer as atividades prazerosas sem deixar nada em seu caminho:
1.       Sinta-se um jurista;
2.       Acostume-se a ler;
3.       Saiba a carreira que quer seguir;
4.       Tenha metas profissionais de curto prazo;
5.       Envolva-se com a intelectualidade;
6.       Erudição e pompa ficaram no passado, seja claro;
7.       Não se compare aos outros;
8.        Cobre-se na medida certa;
9.       Cultive o que os Japoneses chamam de “mente de principiante”, esteja disposto a aprender;
10.   Vença sem prejudicar ninguém;
11.   Faça (re)nascer em você a motivação e o esforço;
12.   Não se abale com discursos de insucesso (“é muita gente nesse concurso”, “tal pessoa estudou 10 anos e não passou”, “tem um professor horroroso na sua banca”, “é a 3ª vez que você presta Ordem e não passa” ... etc.)
13.   Levante daí e vá ser quem você sonha: quando chegar lá não se esqueça de onde veio, nem do que recebeu!
Dificuldades todo mundo tem, no Brasil, Europa ... em todo lugar.

Sinceramente;
Lucas Baio

terça-feira, 12 de julho de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE PERÍODOS DE CRISE

Depois de a agência americana Moody´s ter classificado Portugal como lixo econômico certas conclusões podem ser tiradas pelos estrangeiros residentes aqui ... e também certas lições, o que podemos aprender em épocas de dificuldade?

O trabalhador português está perplexo; vê todos os benefícios de que faz jus um profissional da Europa serem retirados abruptamente e de forma mal justificada, isto porque Portugal chega à ponta da fila (já percorrida pela Grécia) onde a incapacidade dos governantes em gerir a coisa pública atinge o povo diretamente. Quem devia ser protegido pelo Estado acaba carregando-o nas costas. 
Em cascata, problemas de mendicância, violência urbana pupulam pelos cantos envelhecidos de Lisboa e, derrepente, a cidade já não é mais tão colorida.
Os turistas, sorridentes e encantados, contrastam com os residentes, preocupados e contidos, sentindo na pele a dúvida sobre realidade de uma "União Européia de Nações."
A agência americana Moody´s classfificou Portugal como lixo econômico, e lançou a negra perspectiva de que a Terra Lusitana talvez só retorne a operar com taxas de juros sustentáveis no segundo semestre de 2013, isso incluindo a possibilidade de que se necessite por aqui de um outro pacote de resgate econômico.
Portugal deve à UE e ao FMI um montante de 78 bilhões de Euros e não conseguirá, pelo prospecto, cumprir a meta de reduzir o défice para 5,9% no final deste ano e para 3% do PIB em 2013.
A pacata natureza dos portugueses foi substituída por visceral fúria, num ataque agendado contra o site da Moody´s: todos protestaram em um tranco patriótico muito convenientemente alogiado pelos políticos recém eleitos, é mais fácil obnubilar as responsabilidades apoiando o intento popular, genuíno porém desamparado ... esta é uma das chagas das democracias modernas.    
O Brasil tem apresentados índices de crescimento e dimunuição da pobreza; nos resta saber se a longo prazo poderemos arcar com as responsabilidades decorrentes do indisfarçável paternalismo de nosso governo, bem como as dificuldades da concessão de crédito sem giro sólido de caixa. Sera que não há nada por traz?
A comunidade jurídica que se prepare; limitação de poder é uma circunstância caros amigos. 

Respeito e empatia ao Povo Português.

Lucas Seixas Baio
 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

PREOCUPAÇÃO COM SEGURANÇA: TENDÊNCIA MUNDIAL

O 1º Congesso Internacional de Segurança Pública e Privada, realizado em Lisboa, revela as conexões entre Segurança e o Direito.


As ocorrências relativas à violência ao redor do mundo tem colocado em cheque a credibilidade da configuração atual do Estado em garantir da segurança dos cidadãos. 
Notadamente em mega-estruturas como o Brasil, é evidente que as condições de efetivo policial, recursos orçamentários e treinamento, não oferecem o que necessita o administrado para que sinta-se efetivamente seguro.
A segurança pública, na dicção do artigo 144 da Carta, é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. Pode ser considerada ainda pressuposto de exercício/gozo do dieito de liberdade, pilastra do edifício instuticional. 

Discutamos nosso problema mais tarde.

Portugal encontra-se em situação delicada em termos de segurança (também de economia), devido ao grande fluxo migratótio e do crescente movimento do tráfico de drogas em pontos turísticos. De fato, não se pode andar em ruas históricas de Lisboa, sem uma ou duas ofertas de traficantes, que desfarçadamente interpelam transeuntes. 
O"Intendente" da polícia em Lisboa, apenas limitou-se a descerver o arranjo institucional da justiça portuguesa, sem apresentar dados empíricos. Soubesse ele melhor como são os cientistas, teria preparado alguns: foi metralhado por estatísticas reveladoras de incompetencia na gestão da segurança pública, inclusive com indícios de manipulaçã política dos dados de diminuição de assaltos, etc. Tudo, é claro, sem muita cerimônia.
Não se perdeu a oportunidade de comentar o colapso de Código de Processo Penal português, e sua falha na prevenção e repressão dos crimes; tal informação foi "adocicada" com a assertiva de que referido diploma é "obra de Coimbra".

Mais tudo bem; nosso teto, nessa seara só não pode ser considerado "de vidro", porque nela não temos realmente um teto ... as pedras que caem nos assolam a cabeça de forma fulminante. 
Tudo começa com a movimentação do Embaixador do Brasil em Lisboa, Mário Vilalva, que brincou: "Muitos reclamam da Segurança Pública, certa vez contratamos uma empresa privada numa repartição e fomos por ela assaltados." Dizer o que?
Em adição o representante de nossa Polícia Federal mostrou-se extenuado com a missão de articular as "defesas" para a Copa do Mundo.
A conferência contou com a brilhante presença do Presidente do TRT da 2ª Região Dr. Desembargador Nelson Nazar, que enfocou a dinâmica da segurança nas relações de trabalho, em termos de terceirização, articulação e gestão de pessoas, sua intervenção foi marcada por notável visão interdisciplinar (a exemplo e em homenagem a meu querido amigo e colega de mestrado Dr. Desembargador Luiz Roberto Nunes, TRT da 15ª Região). 
Nomes como Jorge Miranda, Paula Teixeira (Ministra da Justiça em PT) e Eduardo Vera Cruz Pinto abrilhantaram o evento.

Abaixo, listo alguns temas que podem ser pesquisados e discutidos, como sempre estou à disposição:

-Segurança da mulher e sua regulação pela "Lei Maria da Penha";
-Segutança Pública nos domínios do Direito Administrativo;
-Direito e Terrorismo;
-Legitimidade do uso da força na contenção de ameaças;
-Ordem Pública e Segurança Pública: sinônimos?
-Imprescindibilidade (no Brasil) do complemento à Segurança Pública por empresas de segurança privada;
-Contratos adminsitrativos para Segurança.

Vamos à Luta!

Abraço!